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REPORTAGEM10 de mar?o de 2025

Garantir uma gravidez segura: o impacto da Casa das M?es na Guin¨¦-Bissau

The World Bank

Kadidjatu Fati, gr¨¢vida de g¨¦meos, na Casa das M?es em Bafat¨¢. Cr¨¦dito: Joana Rodrigues / Banco Mundial.

DESTAQUES DO ARTIGO

  • A Guin¨¦-Bissau regista uma das taxas de mortalidade materna e infantil mais elevadas do mundo. O setor da sa¨²de enfrenta uma escassez de profissionais qualificados, medicamentos e equipamentos, o que torna as mulheres particularmente vulner¨¢veis, sobretudo nas zonas rurais.
  • O Banco Mundial est¨¢ a apoiar duas instala??es no leste da Guin¨¦-Bissau que acolhem mulheres gr¨¢vidas em risco, garantindo-lhes acesso a espa?os seguros e a cuidados m¨¦dicos adequados.
  • As Casas das M?es s?o fundamentais para melhorar os indicadores em mat¨¦ria de sa¨²de materna em duas regi?es com taxas de mortalidade materna particularmente elevadas.

Na aldeia de Mafam, no leste da Guin¨¦-Bissau, Adama Djau tinha de viajar mais de duas horas de transportes p¨²blicos em estradas em mau estado de conserva??o para chegar ao hospital mais pr¨®ximo. Gr¨¢vida de g¨¦meos e com uma gravidez de alto risco, a jovem de 21 anos estava preocupada com a sua sa¨²de e a dos seus beb¨¦s. Quando o seu m¨¦dico a informou sobre a Casa das M?es, um espa?o de acolhimento para mulheres gr¨¢vidas em risco, Adama decidiu utilizar os seus servi?os.

Adama adaptou-se ¨¤ casa, ¨¤ equipa e aos colegas residentes. ¡°Na Casa das M?es, fiquei confiante de que a minha gravidez iria correr bem¡±, recorda Adama. Teve acesso ¨¤ medica??o e aos cuidados m¨¦dicos de que necessitava, a uma equipa de pessoal da casa sempre dispon¨ªvel e a refei??es nutritivas, que nem sempre s?o garantidas na Guin¨¦-Bissau.

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Adama Djau na Casa das M?es, em Gab¨². Cr¨¦dito: Banco Mundial / Joana Rodrigues.

A Guin¨¦-Bissau tem uma das taxas de mortalidade materna e infantil mais elevadas do mundo. De acordo com as ¨²ltimas estat¨ªsticas m¨¦dicas de 2022, realizadas com o apoio do Banco Mundial, estima-se que haja 549 mortes maternas por 100 000 nados-vivos. Este n¨²mero ¨¦ notavelmente mais elevado nas zonas rurais. No entanto, foram observados progressos desde 2018, quando a taxa de mortalidade materna foi registada em 746 por 100 000 nados-vivos.

A escassez de profissionais de sa¨²de qualificados ¨¦ significativa, com um m¨¦dico para cada 16 382 pessoas e cada unidade de sa¨²de a servir mais de 15 000 pessoas.

O Banco Mundial est¨¢ a implementar o projeto ¡°Refor?o da Presta??o de Servi?os de Sa¨²de Materna e Infantil na Guin¨¦-Bissau¡±, no valor de 25 milh?es de d¨®lares. Esta iniciativa j¨¢ alcan?ou resultados significativos: mais de 94.000 mulheres receberam cuidados pr¨¦-natais; mais de um milh?o de crian?as foram vacinadas; mais de 4.000 profissionais de sa¨²de foram formados; e foram disponibilizados medicamentos essenciais e unidades de sa¨²de p¨²blicas em todo o pa¨ªs.

Em Gab¨² e Bafat¨¢, duas grandes regi?es do leste da Guin¨¦-Bissau, as taxas de mortalidade materna e infantil s?o elevadas e o acesso aos cuidados de sa¨²de nas zonas rurais ¨¦ limitado. De acordo com Fl¨¢vio da Silva Nhaga, Diretor Regional de Sa¨²de de Gab¨², a situa??o est¨¢ a melhorar: ¡°Este projeto beneficia muito a regi?o de Gab¨², ajudando a reduzir a elevada taxa de mortalidade materna.¡±

Em Gab¨² e Bafat¨¢, duas grandes regi?es do leste da Guin¨¦-Bissau, as taxas de mortalidade materna e infantil s?o elevadas e o acesso aos cuidados de sa¨²de nas zonas rurais ¨¦ limitado. De acordo com Fl¨¢vio da Silva Nhaga, Diretor Regional de Sa¨²de de Gab¨², a situa??o est¨¢ a melhorar: ¡°Este projeto beneficia muito a regi?o de Gab¨², ajudando a reduzir a elevada taxa de mortalidade materna.¡±

Em ambas as localidades, o Banco Mundial est¨¢ a apoiar duas casas que acolhem mulheres gr¨¢vidas em risco durante a gravidez, para assegurar que estas t¨ºm acesso a cuidados de sa¨²de, medicamentos e refei??es.

Fundada em 1994 e gerida pela Caritas, a Casa das M?es de Gab¨² dependeu durante muito tempo de donativos. Agora, o Banco Mundial fornece apoio essencial para a manuten??o do espa?o, refei??es e medicamentos. A Irm? Florinda, diretora da Casa das M?es de Gab¨², refere que esta assist¨ºncia tem sido transformadora. ¡°Anteriormente, a Caritas lutava para sustentar a Casa e as suas necessidades. A ajuda do Banco Mundial garante que as m?es recebem cuidados m¨¦dicos vitais, com visitas regulares de enfermeiras e parteiras. Estamos sempre no limite da nossa lota??o e temos listas de espera¡±, explica.

Gina da Costa, de 24 anos, foi encaminhada para a Casa das M?es de Gab¨² pelo seu m¨¦dico durante o primeiro m¨ºs de gravidez, ap¨®s duas perdas gestacionais. Passou l¨¢ oito meses e afirma: ¡°A minha gravidez correu bem desta vez porque fui acompanhada e bem cuidada¡±.

As Casa das M?es ajudam a reduzir a mortalidade infantil na regi?o. Com o apoio do Banco Mundial, mantemos as casas em funcionamento. Proporcionamos ¨¤s gr¨¢vidas alojamento, refei??es e prestamos-lhes assist¨ºncia em consultas, exames e ecografias. Temos em conta poss¨ªveis problemas de sa¨²de, como a anemia e a hipertens?o, que s?o os casos mais frequentes.
Maria Gomes Mbunde,
Diretora da Casa de Bafat¨¢

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Maria Gomes Mbunde trabalha na Casa das M?es de Bafat¨¢ h¨¢ mais de 10 anos. Cr¨¦dito: Joana Rodrigues / Banco Mundial.

Em Bafat¨¢, a Casa das M?es est¨¢ atualmente com a lota??o esgotada e com lista de espera. De acordo com Maria Gomes Mbunde, gestora da casa que funciona desde 2005, as gr¨¢vidas v¨ºm de v¨¢rios pontos da regi?o.

¡°As Casas das M?es ajudam a reduzir a mortalidade infantil na regi?o. Com o apoio do Banco Mundial, mantemos as casas em funcionamento", afirma. ¡°Proporcionamos ¨¤s gr¨¢vidas alojamento, refei??es e damos-lhes assist¨ºncia em consultas, exames e ecografias. Temos em conta poss¨ªveis problemas de sa¨²de como anemia e hipertens?o, que s?o os casos mais frequentes.¡±

Fina Biofa est¨¢ na sua segunda gravidez de alto risco, pelo que foi encaminhada para a Casa das M?es de Bafat¨¢ desde as primeiras semanas. ¡°Sinto-me mais segura aqui do que na minha aldeia, que fica a tr¨ºs horas de dist?ncia do hospital. Quero ficar aqui, ter um beb¨¦ saud¨¢vel e depois poder ir para casa.¡±

Para Kadidjatu Fati, a palavra ¡°seguran?a¡± ¨¦ tamb¨¦m a primeira que lhe ocorre quando fala da sua estadia de quase oito meses na casa. A jovem de 20 anos, gr¨¢vida de g¨¦meos, diz que se sentiu muito segura e que recebeu visitas regulares do m¨¦dico.

Para al¨¦m das tarefas da casa, a equipa realiza rastreios de sa¨²de ¨¤s mulheres gr¨¢vidas em todas as aldeias. S¨® na regi?o de Bafat¨¢, j¨¢ visitaram mais de 1.000 aldeias.

Para Mama Saliu, um funcion¨¢rio da Casa de Gab¨², a sensibiliza??o para os riscos de gravidez nas aldeias ¨¦ crucial. ¡°Informamos as mulheres sobre os riscos na gravidez e explicamos-lhes que podem vir ter connosco se for necess¨¢rio.¡± 

Nos 10 anos em que trabalha na Casa das M?es de Gab¨², Mama Saliu viu muitas mulheres gr¨¢vidas procurarem a casa. ¡°Numa ocasi?o, uma mulher gr¨¢vida que tinha sofrido mais de sete abortos espont?neos procurou-nos, foi admitida durante o quarto m¨ºs de gravidez e ficou c¨¢ at¨¦ ao parto. Com os cuidados m¨¦dicos prestados e um acompanhamento rigoroso, a gravidez progrediu sem problemas e ela teve um beb¨¦ saud¨¢vel. Foi uma grande alegria para ela, para a sua fam¨ªlia e tamb¨¦m para n¨®s¡±.

Maria Gomes Mbunde recorda tamb¨¦m uma hist¨®ria de sucesso: ¡°Uma mulher gr¨¢vida, abandonada pelo marido e pela fam¨ªlia, enfrentava graves complica??es de sa¨²de. Atrav¨¦s de um grande trabalho de equipa, ajud¨¢mo-la a ter uma gravidez e um parto seguros. Esta ¨¦ a nossa miss?o di¨¢ria¡±.

O projeto do Banco Mundial j¨¢ assegurou que mais de 2500 mulheres fossem alojadas em casas de acolhimento e facilitou mais de 113.000 partos em unidades de sa¨²de, assistidos por pessoal de sa¨²de qualificado. O projeto inclui tamb¨¦m programas de vacina??o para crian?as, tratamentos anti-mal¨¢ria e forma??o de profissionais de sa¨²de em sa¨²de materna e infantil.

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