Perspectivas acentuadamente diferentes para exportadores e importadores de produtos básicos, aumentando os riscos desfavoráveis
WASHINGTON, D.C, 7 de junho de 2016 – O Banco Mundial está rebaixando sua previs?o de crescimento global em 2016 para 2,4% em compara??o com o ritmo de 2,9% projetado em janeiro. Esta medida é devida ao crescimento lento das economias avan?adas, pre?os de produtos básicos obstinadamente baixos, comércio global fraco e retra??o dos fluxos de capital.
De acordo com a última atualiza??o do seu relatório Perspectivas Econ?micas Globais, o mercado emergente exportador de produtos básicos e as economias em desenvolvimento têm-se empenhado em adaptar-se aos pre?os mais baixos do petróleo e outros produtos básicos essenciais e isso é responsável pela metade da revis?o desfavorável. Projeta-se que o crescimento dessas economias avance a um ritmo escasso de 0,4% este ano, ou seja, uma altera??o desfavorável de 1,2 ponto percentual com rela??o à previs?o de janeiro.
“Esse crescimento lento ressalta por que é criticamente importante que os países adotem políticas que impulsionem o crescimento econ?mico e melhorem a as condi??es das pessoas que vivem em extrema pobreza,” afirmou Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial. “O crescimento econ?mico continua a ser o impulsor mais importante da redu??o da pobreza e por isso estamos muito preocupados com o fato de o crescimento estar diminuindo consideravelmente nos países em desenvolvimento exportadores de produtos básicos devido aos baixos pre?os.”
Os mercados emergentes de importa??o de produtos básicos e as economias em desenvolvimento têm sido mais resilientes do que os exportadores, embora os benefícios dos pre?os mais baixos da energia e de outros produtos básicos levem tempo para se concretizar. Segundo as previs?es, essas economias dever?o expandir-se a uma taxa de 5,8% em 2016, uma modesta redu??o comparada ao ritmo de 5,9% previsto para 2015, uma vez que os baixos pre?os da energia e a recupera??o modesta das economias avan?adas apoiam a atividade econ?mica.
Entre as principais economias de mercado emergentes, prevê-se que a China cres?a a uma taxa de 6,7% em 2016, em compara??o com 6.9% no ano passado. A robusta expans?o econ?mica da ?ndia deverá manter-se inalterada em 7,6% enquanto o Brasil e a Rússia dever?o permanecer em recess?es mais profundas do que as previs?es de janeiro. Segundo as previs?es, a ?frica do Sul deverá crescer a uma taxa de 0,6% em 2016, ou seja, 0,8 de um ponto percentual mais lentamente do que em janeiro.
Segundo o relatório, um aumento significativo no crédito do setor privado – impulsionado por uma era de baixas taxas de juros e, mais recentemente, aumento das necessidades financeiras – intensifica os riscos potenciais para vários mercados emergentes e economias em desenvolvimento.
“Enquanto as economias avan?adas lutam para se firmar, tanto a maioria das economias do Sul e do Leste da ?sia como as economias de países emergentes importadores de produtos básicos no mundo inteiro crescem de forma sólida,” afirmou Kaushik Basu, Economista-Chefe e Vice-Presidente Sênior do Banco Mundial. “No entanto, um fen?meno que merece cautela é o rápido aumento da dívida privada em várias economias emergentes e em desenvolvimento. Na sequência de um surto de empréstimos n?o é raro se quadruplicarem empréstimos bancários inadimplentes como parcela de empréstimos brutos.”
Em um ambiente de crescimento anêmico, a economia global enfrenta riscos pronunciados, inclusive maior desacelera??o nos principais mercados emergentes, mudan?as acentuadas no sentimento do mercado financeiro, estagna??o em economias avan?adas, período mais longo do que o previsto de baixos pre?os de produtos básicos, riscos geopolíticos em diferentes partes do mundo e preocupa??es sobre a eficácia da política monetária em promover um crescimento mais forte. O relatório apresenta uma ferramenta para quantificar os riscos na perspectiva global e observa que est?o agora mais inclinados à desvantagem do que em janeiro.
Assinalar perspectivas de crescimento em mercados emergentes e economias em desenvolvimento retardaria ou até mesmo reverteria seu progresso em alcan?ar os níveis de renda das economias avan?adas, ” afirmou Ayhan Kose, Diretor do Grupo de Perspectivas Econ?micas do Desenvolvimento. “No entanto, algumas economias emergentes de importa??o de produtos básicos e em desenvolvimento têm conseguido registrar um crescimento contínuo ou acelerado nos últimos três anos.”
Perspectivas Regionais
Leste Asiático e Pacífico: O crescimento do Leste Asiático e regi?o do Pacífico deverá cair a uma taxa n?o revisada de 6,3% em 2016. Prevê-se que a expans?o da China diminua para 6.7%, conforme projetado em janeiro. Segundo as proje??es, essa regi?o, com exce??o da China, deverá crescer a uma taxa de 4,8% em 2016, sem altera??o em compara??o com a taxa de 2015. Essa perspectiva sup?e uma redu??o ordenada do ritmo de crescimento da China, acompanhada de um progresso contínuo em matéria de reformas estruturais e um estímulo de políticas apropriadas conforme necessário. O crescimento no restante da regi?o deverá ser apoiado por um investimento crescente em várias economias grandes (Indonésia, Malásia e Tail?ndia) e um sólido consumo apoiado por baixos pre?os de produtos básicos (Tail?ndia, Filipinas e Vietn?).
Europa e ?sia Central: A contínua contra??o na Rússia está mantendo a taxa de crescimento prevista para a regi?o em 1,2% em 2016, ou seja, uma altera??o desfavorável de 0,4 ponto percentual com rela??o à previs?o de janeiro. Preocupa??es geopolíticas, inclusive rompantes de violência no leste da Ucr?nia e no Cáucaso, bem como ataques terroristas na Turquia, pesam nas perspectivas. Com exclus?o da Rússia, prevê-se que a regi?o experimente uma taxa de expans?o de 2,9%. As proje??es de crescimento da parte ocidental da regi?o foram reduzidas com rela??o às perspectivas de janeiro à medida que os países se ajustam a pre?os mais baixos do petróleo, metais e produtos agrícolas básicos. A atividade na parte ocidental da regi?o se beneficiará do crescimento moderado na zona do euro e da intensifica??o da demanda interna, ajudada por custos modestos dos combustíveis.
América Latina e Caribe: Segundo as previs?es, a regi?o sofrerá uma contra??o de 1,3% em 2016 após um declínio de 0,7% em 2015, os primeiros anos seguidos de recess?o em mais de 30 anos. Segundo proje??es, a expans?o deverá come?ar novamente em 2017, ganhando gradualmente impulso para alcan?ar cerca de 2% em 2018. As perspectivas variam nos diversos pontos da regi?o. Prevê-se que a América do Sul sofra uma contra??o de 2,8% neste ano, seguindo-se uma leve recupera??o em 2017. Em contrapartida, apoiada por vínculos aos Estados Unidos e um nível sólido de exporta??es, a produ??o no México e sub-regi?o da América Central e no Caribe deverá atingir 2,7% e 2,6%, respectivamente, em 2016 e mais em 2017 e 2018. O Brasil deverá sofrer uma contra??o de 4% em 2016 e sua recess?o deverá continuar em 2017 em meio a tentativas de arrocho das políticas, aumento do desemprego, redu??o da renda real e incerteza política.
Oriente Médio e Norte da ?frica: Segundo as previs?es, o crescimento na regi?o deverá ter uma eleva??o modesta de 2,9% em 2016, o que representa 1,1 ponto percentual menos do que previsto na perspectiva de janeiro. A revis?o desfavorável surge à medida que, segundo as expectativas, os pre?os do petróleo se apresentam mais baixos durante o ano, a uma média de US$ 41 por barril. A raz?o principal da leve melhoria no crescimento regional em 2016 é uma sólida recupera??o prevista para a República Isl?mica do Ir? após a remo??o das san??es em janeiro. Prevê-se uma reativa??o dos pre?os médios do petróleo em 2017 para apoiar uma recupera??o do crescimento regional de 3,5% em 2017.
Sul da ?sia: Segundo as previs?es, o crescimento no Sul da ?sia deverá atingir 7,1% em 2016, apesar do crescimento mais fraco do que o previsto nas economias avan?adas, o que reduziu o aumento das exporta??es na regi?o. A atividade permaneceu resiliente, uma vez que demanda interna, o principal impulsor do crescimento, continuou robusta. A ?ndia, a maior economia da regi?o, mostrou uma atividade fortalecida, o mesmo ocorrendo com o Paquist?o, Bangladesh e But?o. A maioria das economias do Sul da ?sia beneficiou-se do declínio dos pre?os do petróleo, baixa infla??o e fluxos constantes de remessas.
?frica Subsaariana: Prevê-se que o crescimento na ?frica Subsaariana sofra retra??o novamente em 2016 para 2,5%, em compara??o com os 3,0% estimados para 2015, uma vez que os pre?os dos produtos básicos dever?o permanecer baixos, a atividade global deverá ser fraca e as condi??es financeiras, restritas. N?o se prevê que os exportadores de petróleo experimentem aumento significativo no consumo, embora uma infla??o mais baixa nos países importadores de petróleo deva apoiar a despesa dos consumidores. No entanto, a infla??o dos pre?os de alimentos em consequência da seca, o alto desemprego e o efeito da desvaloriza??o da moeda poder?o anular parte desta vantagem. Prevê-se que o aumento do investimento diminua em muitos países à medida que os governos e investidores reduzam ou retardem as despesas de capital em um contexto de consolida??o fiscal.
Para obter informa??es mais detalhadas, favor consultar o website: /en/publication/global-economic-prospects